2 de janeiro de 2011

Barco social

Acompanho com curiosidade o que as pessoas postam nas redes e mídias sociais. E, enquanto escrevo, sei que também sou observado, analisado, e avaliado.
Alguns digitam qualquer coisa que lhe vem à cabeça, sem qualquer crítica prévia. Outros se contentam em compartilhar vídeos, frases e músicas que lhe trazem boas sensações. E há aqueles, que simplesmente espiam e se contentam em expor a sua própria solidão.
Mas há ainda muitos outros perfis na composição deste grande fenômeno virtual.
Não vale reclamar que era melhor o tempo em que as pessoas escreviam cartas e marcavam encontros nas praças ou botequins. Nem mesmo vale acreditar que o flerte e o namoro somente permanecem possíveis na tal vida real. Muito menos, é possível pensar que o bom negócio só se concretiza frente a frente com o cliente.
Hoje, a coisa é assim e pronto.
Será mesmo?
Conheço muitas pessoas que ignoram esse novo momento, que já não é novo.
Essa gente esquisita resiste bravamente, e ainda sobrevive ao que chamam de uma forma descontrolada de alienação, e nem percebem que se tornam, pouco a pouco, os próprios alienados.
Será mesmo?
Não estou bem certo.
Se algumas pessoas demonstram total incompatibilidade com os recursos de comunicação deste momento atual, outras se atualizam tanto, mas tanto, que se tornam escravas daquilo que somente deveria ser uma boa ferramenta, um acessório facilitador das coisas.
Não é raro, uma pessoa andar com dois telefones celulares, e pior que isso, falar nos dois ao mesmo tempo. Há até algumas com mais de dois telefones. Isso será possível? Sim, é.
Ou ainda, pessoas que postam mensagens nas redes sociais a cada dez minutos durante um dia inteiro. Isso será possível? Sim, é.
Por outro lado, há aqueles que ainda não incorporaram nada. Escritores que datilografam seus textos em velhas máquinas de escrever, seres alienígenas que ainda não sabem o que é Twitter, Facebook, Orkut e Linkedin.
Pessoas que nunca enviaram um SMS. Credo!
A boa notícia é, que se não existe um comportamento totalmente certo, tampouco existe o completamente errado.
Ninguém é totalmente alienado, e ninguém é completamente antenado.
E, se navegar é preciso, uma navegação equilibrada é a única que demonstra capacidade de nos conduzir ao porto seguro da integração.
Nem tão alheios, nem tão escravos desse novo e poderoso arsenal da comunicação.
E o acesso às informações mais relevantes, a capacidade de levar a própria mensagem a um número maior de pessoas, e o estabelecimento de relacionamentos com as pessoas que realmente importam, são os indicadores que podem nos orientar na construção sustentável de nossa própria rede social.
E nesse mar de conexões, em qual barco você está?

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